A autora de “Harry Potter”, J.K. Rowling, e o ator David Tennant, conhecido por seu papel em “Doctor Who” e “Harry Potter e o Cálice de Fogo”, estão em desacordo público sobre direitos trans. A controvérsia começou após Tennant, durante seu discurso de aceitação no British LGBT Awards, criticar a Ministra para Mulheres e Igualdades do Reino Unido, Kemi Badenoch, por suas opiniões sobre a exclusão de mulheres trans de certos espaços.

Tennant expressou sua frustração com a necessidade de reconhecimento por defender o direito de todos viverem como desejam, desde que não prejudiquem os outros. Ele também destacou a ironia da situação, considerando absurdo que tais direitos ainda precisem ser debatidos. Em resposta, Badenoch acusou Tennant de ser um celebridade privilegiada e desconectada da realidade.

Rowling entrou na discussão ao compartilhar um artigo da BBC, onde insinuou que Tennant faz parte do que ela chamou de “Talibã de Gênero”. Ela argumentou que Tennant recebe um tratamento favorável da mídia devido às suas crenças. Rowling também relembrou comentários anteriores de Tennant, onde ele criticava aqueles que se opõem aos direitos trans, referindo-se a eles como um grupo pequeno e destinado a desaparecer.

A autora destacou questões como sobreviventes de estupro que buscam cuidados específicos para mulheres, profissionais de saúde que se opõem a mudar de roupa na frente de homens, atletas femininas perdendo oportunidades para homens e prisioneiras sendo alojadas com agressores sexuais masculinos. Esta não é a primeira vez que Rowling se encontra em controvérsia com membros do elenco de “Harry Potter”; anteriormente, ela já havia criticado Daniel Radcliffe e Emma Watson por seu apoio aos direitos trans.

A discussão entre Rowling e Tennant reflete um debate mais amplo sobre os direitos das pessoas trans e a inclusão em espaços específicos. Enquanto Tennant defende a liberdade de expressão e a igualdade, Rowling continua a expressar preocupações sobre o impacto dessas políticas em mulheres e meninas.